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Ludoterapia – 1º setênio (0 aos 7 anos)

Criança na Ludoterapia

OS SETÊNIOS RUDOLF STEINER
ETAPAS DA VIDA NO DESENVOLVIMENTO HUMANO SEGUNDO A PSICOLOGIA ANTROPOSÓFICA
 
Ludoterapia – 1º setênio (0 aos 7 anos)
No primeiro setênio a tônica é o desenvolvimento da corporeidade física. Neste período há a individualização das próprias proteínas, para o que as doenças infantis cíclicas aparecem como auxiliares.

Quando essas proteínas herdadas não são trocadas, vemos na fase adulta, doenças que querem destruir o próprio corpo. Os órgãos internos e o sistema nervoso se desenvolvem.

As forças que moldam os órgãos penetram do meio exterior para dentro, através das impressões sensoriais. As forças anímicas e cósmicas atuam na criança para preparar o corpo para receber aquilo que lhe é saudável, ou seja, o ego.

Nesta fase, começam a ser transformadas as características somáticas herdadas, cujo término é marcado com a troca dos dentes. Aqui, então, o corpo etérico liberta-se. Nesta fase a criança lenta e progressivamente vai aprendendo a lidar com o corpo e depois com os membros.

O corpo é a 1ª experiência prática de conquista do ser-humano. Observa-se nitidamente que repercutem na criança antes da 2ª dentição, seus aspectos vitais provenientes do mundo espiritual, antes da sua concepção. Nesta época o corpo infantil comporta-se como se fosse espírito, espírito que, descido do mundo que lhe é próprio, encontra-se em plena atividade no 1º setênio.

Poderão dizer: Espírito? A criança comporta-se grosseiramente, não sabe fazer nada, só grita, faz algazarras. Isso pode ser manifestação da vida pré-terrestre? Imaginem que, sendo já adultos e capazes, vocês tivessem de, repentinamente, ter de viver num quarto fechado a 62°C. Vocês não resistiriam. No caso do espírito da criança, que desceu dos mundos espirituais e deve submeter-se às condições terrestres e atuar de acordo com elas, a adaptação é bem pior.

Pelo fato de estar em um mundo inteiramente diferente, por ter de carregar um corpo que não tinha antes, o espírito se manifesta, tal como se manifestam as crianças. Mas devemos observar com o dia a dia o espirito trabalha no corpo de uma criança, para moldá-lo a sua semelhança.

Observando a criança desta forma, compreenderemos seu modo de ser. Compreendemos, também, que é efetivamente o espírito recém-descido, que se manifesta através das primeiras atividades infantis.

Desta forma, na criança podemos conhecer, não, a terra, mas o céu.

Mas as chamadas crianças “boazinhas” que permanecem quietas, sentadas, que não gritam, não correm, não atropelam, o espírito é inativo, pois o corpo material lhe oferece muita resistência, ele não pode habitá-lo devidamente. O corpo aqui é uma carga pesada.

Temos de socorrer tal criança “boazinha”.

Aquelas que não são tão “boazinhas” que gritam, correm e nos causam problemas, patenteiam a atividade do seu espírito de modo grosseiro, sem dúvida, devido ao seu deslocamento do céu para a terra, feito através da ação.

Podemos chegar a descobrir o encanto da selvagem gritaria de uma criança simplesmente porque, através disso, percebemos o martírio que o espírito sofre ao penetrar o corpo infantil.

Para o espírito é fácil ser adulto: O corpo se acha perfeitamente acondicionado, já não oferece resistência.

É extremamente difícil ser criança!

E aqui vemos o quanto é bom ela não ter consciência desse fato, pois caso tivesse a existência seria aterradora.

É difícil haver uma adequação perfeita entre aquilo que desce dos mundos espirituais e o corpo físico, antes da 2ª dentição. Com relação aos dentes, eles mudam uma só vez, a 2ª dentição permanece para o resto da vida. Isso não acontece com outras coisas importantes, que se renovam a cada 7 anos, enquanto o homem permanecer na terra.

O corpo físico que a criança conserva até a troca dos dentes, herdados dos pais, é um modelo, diante do qual a alma da criança se encontra, como um artista, diante da obra que vai criar.

O segundo corpo, que deriva desse primeiro, é modelado pelo próprio ser, somente depois dos 7 anos é que dispomos de um corpo criado por nós mesmos.

Entretanto, existem habilidades fracas, que atuam debilmente e modelam seu 2º corpo com cópia fiel do primeiro.

A herança, tal qual a defende a ciência oficial, só é válida para os primeiros sete anos.

Na realidade, tudo o que foi herdado, elimina-se com o primeiro corpo na segunda dentição.

O elemento anímico, descidos dos mundos espirituais desajeitado por falta de adaptação ao mundo exterior, manifesta-se agora com enorme pujança.

Na realidade, tudo na criança, inclusive as travessuras têm seu encanto. Observam-se nela os sofrimentos dos espíritos atormentados (pelos demônios do mundo). Maus gênios degenerados por demônios do mundo. E a criança, embora não adaptada ainda, deve penetrar nesse mundo.

Por isso esse passo, o nascimento, seria uma grande tragédia, se fosse dado com plena consciência. Pode-se imaginar o como é horrível para a alma da criança tomar posse do corpo, tendo de adaptar-se a esse labirinto de ossos, a esse emaranhado de tendões, músculos, etc. que a própria habilidade tende que formar. Isso é algo terrivelmente trágico.

A criança não sabe disso, protegida que está desse conhecimento para seu anjo. Em compensação, o professor, esse, sim, deve sabê-lo e, portanto, colocar-se diante da criança com infinita reverência para reconhecimento de que algo divino, espiritual, baixou a terra, saber disso, saturar nosso coração com esta convicção e, a partir dela, tornarmos educadores, eis aí o que importa.

Durante os primeiros sete anos de vida, a criança aprende a andar, falar e pensar, de uma forma natural e espontânea. Pode-se notar que no caso de se apelar para a curiosidade da criança em relação a alguma palavra, se destrói nela o desejo de aprender tal palavra.

Nenhuma criança é curiosa, nós é que a despertamos fora de hora. Ela despertará naturalmente quando ela perceber o mundo exterior. (7 anos).

Daí que, se nos apoiarmos na curiosidade para ensinarmos a criança, chegaremos a resultados contrários àqueles que queremos.

A curiosidade deve ser deixada de lado e no lugar dela ser usado a imitação. A criança deve se identificar com o adulto de forma natural. O adulto deve produzir nela impressão semelhante a que lhe causar seu próprio braço: ser o prolongamento do seu próprio corpo infantil.

A criança nesta fase é desprovida de curiosidade. É preciso impressioná-la pelo que se é!

Por isso ela retém tudo, e fica marcada por tudo o que ocorre no seu meio ambiente. A criança é toda ela um órgão sensório. Na primeira fase do crescimento até a fase adulta, há uma linha evolutiva, claramente perceptível no desenvolvimento psicológico do pensar, sentir, querer.

Em cada fase do desenvolvimento tem um tema diferente, como motivo central. Na infância a criança está aberta para as impressões exteriores e aprende pela imitação do seu ambiente.

Para ela, deve ser dado o sentido básico de que o “mundo é bom”.

Fim do primeiro setênio (aos 7 anos).

Por Cecilia Freitas

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