Plantão Psicológico possui o foco em atendimento imediato, é uma intervenção psicológica que tem por característica principal acolher a pessoa no momento de necessidade. Auxiliando a lidar com seus limites e trabalhar com seus recursos.
As questões que afligem os clientes podem ser abordadas de forma natural, afinal quaisquer incômodos do paciente são importantes. Após devida análise o paciente pode ainda ser indicado a um tratamento adequado para seu caso.
“O plantão psicológico pode ser realizado em instituições, escolas, hospitais, clínicas e é destinado a pessoas que buscam um atendimento de apoio emergencial, em crises como: tomadas de decisão, luto, ou qualquer outra situação que tire o equilíbrio momentâneo.”
O plantão psicológico é concebido como um espaço no qual qualquer pessoa que chegue até um profissional será atendida. A ideia central desta modalidade de atendimento é oferecer a quem procura a possibilidade de acolhimento e de ser ouvida. A partir desta escuta, questões emergentes poderão ser trabalhadas. Não há temas ou questões que não serão abordadas. Qualquer questão que venha incomodar o cliente é uma questão importante.
O plantão não tem como proposta o processo psicoterapêutico, se isto for considerado adequado, faz-se necessário encaminhar o paciente para um profissional terapeuta.
Segundo, Fernando Cipriano (2007): “O Plantão Psicológico constitui-se numa moderna junção de técnica, orientação e intervenção psicológicas que, por meio de poucos encontros terapêuticos, promove crescimento biopsicossocial refletindo na saúde e aprimorando o desempenho nas relações familiares, sociais e de trabalho, promovendo qualidade de vida”.
A partir dessa abordagem temos que o Plantão Psicológico se caracteriza por uma atividade essencialmente prática, solicitando do aprendiz todo o seu ser imbuído de um altruísmo em prol do outro.
Temos que, essas inovadoras junções de técnicas psicológicas possuem como objetivo principal o atendimento de toda a população sem distinção de classes, credo, cor ou nacionalidade, desprovida de convicções dogmáticas, pretende a utilização das diversas abordagens psicológicas conforme a necessidade de quem pede ajuda, isto quer dizer que solicita um perfil flexível daquele que ajuda, ou seja, o plantonista ou ainda como prefiro chamar o aprendiz.
Interessante observar ainda que o contato com esse serviço ajuda as pessoas a lidarem melhor com as suas potencialidades e com as dificuldades da vida, através da abertura de um leque de estratégias e ferramentas internas que o solicitante da ajuda já possuía, mas não tinha consciência.
Sendo assim, podemos perceber que o trabalho do homem que cura se faz através da escuta genuína do homem que pede ajuda. Destacamos assim a principal técnica utilizada no Plantão Psicológico.
Com esse olhar podemos dizer que o Plantão é um espaço onde o sujeito pede ajuda para rever, repensar e refletir seus conflitos individuais, sem a necessidade efetiva de ser nomeado de paciente, pois visamos aqui uma conduta proativa, que seja capaz de lidar com seus problemas existenciais em um curto espaço de tempo.
Ainda dentro desta abordagem técnica, temos que o Plantão Psicológico faz uso do eixo elucidativo atual do homem que pede ajuda, mediante uma escuta provida de uma postura empática, congruente e de aceitação incondicional do solicitante, o que costumamos denominar de um setting propício para o encontro acontecer.
Para tanto, temos que o Plantão possui um objetivo que visa ao final de cada atendimento ter contribuído para a qualidade de vida de todo aquele que veio a procura de ajuda, sendo assim, não se trata de uma conversa entre amigos, um bate-papo informal, pois ele exige abordagens e técnicas profissionais.
Outra diferença é que o Plantão Psicológico possibilita a dialética entre os dois sujeitos que se encontram, propiciando uma troca inigualável de conhecimentos e de curas.
Poderíamos dizer que essa nova técnica privilegia o ser como um todo, se beneficiando assim de aspectos pouco usufruídos pelo ser humano no campo profissional, como a intuição e outras potencialidades abafadas pelas teorias psicológicas, aqui a ordem é atuar com todo o seu ser em busca do outro visando à autorrealização de si e do outro, pois atuamos com o melhor de nós.
Isso significa constatar que este acoplado de técnicas e abordagens reúne também a busca pela origem da sua palavra, ou seja, “planta do pé”; que nos reporta a dizer que o Plantão Psicológico, atua em uma atitude prática, realista e contextualizada, enfrentando questões psicológicas, existenciais, ou ainda psiquiátricas, por meio de orientações, recomendações e encaminhamentos se necessário.
Enfatizamos que o papel do homem que cura dentro do setting terapêutico criado naquele momento solicitado é designado pelo homem que pede ajuda, entre esses papéis a partir da minha experiência prática posso relatar que corresponde desde o médico, pai, mãe, orientador, professor, até às vezes o saco de pancadas, através da necessidade daquele que veio a procura de ajuda.
Portanto, poderíamos concluir com os dizeres da Professora Vera E. Curi, que o Plantão Psicológico pretende se consagrar como:
“Uma ética das relações interpessoais, sutil, mas poderosa, feita de pequenos gestos e acenos suaves, simples e ainda assim determinada”.
Enquanto aprendiz ousa dizer que o Plantão Psicológico é um desafio, uma provocação à capacidade criativa que existe em cada ser, e no caso do homem que cura é uma possibilidade do desabrochar de seus talentos e dificuldades mais arraigados.
Percebo, ainda, que não se trata mais de uma técnica alternativa, pois seus conceitos já foram pesquisados, validados e confirmados pelo CRP, mas o fator relevante é que todos os profissionais da área que visam um trabalho com base humanista centrado em umas abordagens fenomenológicas, livres de dogmas, podem se beneficiar da utilização desse conjunto de técnicas propiciando assim a construção de novos conhecimentos psicológicos quase que inexistentes em nosso tempo.